Às vezes faço limpeza em armários. A última levou muitos papéis: lembranças de viagens, de pessoas; textos e xerox de faculdade. São coisas que guardamos, talvez para usar algum dia. É muito comum, deve ser mais uma das características em nosso dna, que deve ter aprendido a guardar para quando viesse a miséria.
Bem, a faxina é símbolo do momento em que nenhuma música atrai, nenhum objetivo encanta, nenhuma festa de final de ano promete nada. Não me sinto deprimido, mas melancólico, como no filme. Nada a criticar, pois só criticamos o que é passível de mudança ou o que nos incomoda; nada a elogiar ou celebrar. É igual quando gostamos muito de uma pessoa e o tempo ou as pancadas, e as desilusões, acabam com a graça, e o desprezo se instala naturalmente. Desprezo não, indiferença.
Mas, tudo é cíclico. E eu gosto também do fogo, da gema, do novo. E o que precede o novo é o luto sofrido, depois a indiferença. Saudade não, saudade não é do luto, é da vida. Enquanto o fogo novo não chegar, simplesmente viverei.
Muito bom! Acho que preciso de uma faxina... kkkk
ResponderExcluirXxx