terça-feira, 27 de setembro de 2011

muita coisa

e ela queria acalmar o espirito. Mas com tantas coisas, tanta coisa para pensar, tanta noticia para ler, tanto post para comentar, tantos classicos para conhecer, tantas pos graduacoes para cursar; tantos caras ela ainda queria pegar, tantas viagens tinha para comentar, e esses caras serviriam de ouvintes, tambem.
eis que em um dia de decisao, decidiu limar com o orkut, que afinal "ninguem usa mesmo". Seu facebook perdeu todos os seus posts, e 213 amigos de amigos. Manteve 57 pessoas, 3 da familia. 3 eram possiveis peguetes, 1 em especial era objeto de carinho especial ha anos - ela ainda sonhava com a possibilidade...
MSN: sumiram todos! Tres contatos se mantem firmes em sua lista, mas ela nao tem vontade alguma de conversar com eles. Gosta deles e nao os eliminaria, mas nao tem vontade de digitar.
ouviu dizer que o skype seia o novo messenger, e com clima de icq. criou a conta e deixou uns tres contatos por la tambem. Ao mesmo tempo em que eliminava os excessos, achava que criava possibilidades.
Limpou o fogao da cozinha. Primeiro tirou tudo que era aparente, deixando-o limpo para quem visse. Depois iniciou-se um trabalho minucioso, onde ela partiu com um palito de churrasco e um desengordurante, para cada fresta do eletrodomestico.
lavou o banheiro, a cozinha. Tirou, tambem minuciosamente, o po dos objetos da sala. Faxina, profissional.
pegou objetos guardados, recuerdos de viagens, bilhetes, fotos, livros, roupas, tudo o que nao seria mais necessario a partir daquele momnento. em pacotes fez a distribuicao: lixo, papeis uteis aos outros, objetos para o afilhado e livros para vender ou trocar no sebo.
no dia seguinte pediu demissao. limpou o armario do escritorio, fez a distribuicalo dos vasinhos e dos calendarios.
vomitou com o baque da percepcao do grande vazio, agora evidente. era o que ela queria.
entregou o apartamento de dois quartos, sala, cozinha, banheiros e varanda. Pediu o seu quarto e sala, heranca do fundo de garantia e do saldo rescisorio de seu primeiro emprego em uma empresa que faliu.
No quarto e sala colocou uma internet lenta e barata, util apenas para ler e-mails. TV, aproveitando a parabolica do predio. uma mesa, uma prateleira para os livros ainda uteis, sofa, cama, guarda roupa, geladeira e o fogao limpo.
dai ela comecou a escrever.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Chororo

Terapia atraves do desabafo.
Eu penso quase todos os dias que eu nao terei capacidade nem curriculo para mudar de emprego, ganhar um pouco mais, estudar o que tenho que estudar segundo meus planos. Sofro como um tonto em estar nesta empresa que nao me atrai, que nao me da prazer. Tenho visto algumas pessoas com novidades. Eu, nenhuma.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

*2001 +2011

Eu li e nao me assustei com o fato. Nao porque seja comum e banal, nao e. E nao que eu nao me sinta mal pensando. Minha preocupacao foi ingenua, de frase feita: pra onde vai esse mundo?
O que e certo e o que e errado? A variedade de possibilidades, ligadas a crencas diversas, nao nos permite discernir. Mesmo com nossas proprias crencas, formacoes, convivencia em grupos, muitas vezes nao sabemos o que pensar de um fato, optar por um dos varios lados.
Uma vantagem se apresentou com a comunicacao atual: a discussao. Porem a discussao pode acabar sem conclusao. Nao concluimos mais os pensamentos pois acreditamos que desta forma estejamos nos fechando para todas as possibilidades em profusao.
Dizer o que, fazer o que. 10 anos e morto, por nao suportar mais a dor e o descaso. Baleada, por nao conseguir mais transformar, nem mesmo em seu pequeno universo.

Nutrição

Às vezes faço limpeza em armários. A última levou muitos papéis: lembranças de viagens, de pessoas; textos e xerox de faculdade. São coisas que guardamos, talvez para usar algum dia. É muito comum, deve ser mais uma das características em nosso dna, que deve ter aprendido a guardar para quando viesse a miséria.
Bem, a faxina é símbolo do momento em que nenhuma música atrai, nenhum objetivo encanta, nenhuma festa de final de ano promete nada. Não me sinto deprimido, mas melancólico, como no filme. Nada a criticar, pois só criticamos o que é passível de mudança ou o que nos incomoda; nada a elogiar ou celebrar. É igual quando gostamos muito de uma pessoa e o tempo ou as pancadas, e as desilusões, acabam com a graça, e o desprezo se instala naturalmente. Desprezo não, indiferença.
Mas, tudo é cíclico. E eu gosto também do fogo, da gema, do novo. E o que precede o novo é o luto sofrido, depois a indiferença. Saudade não, saudade não é do luto, é da vida. Enquanto o fogo novo não chegar, simplesmente viverei.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Eis que ele chega

...em meu msn, dizendo que vai tomar um banho e ja volta, querendo saber se eu vou esperar. Eu vou claro. E se ele me pedir, e me disser que um dia vem mesmo, eu ficarei esperando. Porque ja aproveitei a variedade das coisas, porque posso me alimentar disso. Porque a espera e preparacao.
Como conquista uma pessoa sem conquista-la, sem criar impressoes? Ou melhor, como estar no momento e local certos onde uma pessoa dessas esteja tambem, e que algo aconteca de forma tao natural que nao se perceba. Duas pessoas juntas nao deveria ter falta de folego e estrategia. Nao deveria ter cobranca, auto-cobranca, nenhum exagero.

Eu passei o link pra ele, claro. Mas afirmo que isso tudo e so mais uma maneira de falar, algo para expressar a distancia. Algo que nao pretendo, e nao acredito que leve a nada - nada ruim, principalmente. Mas que seja tambem uma maneira de elogiar quem e bonito, viajado e misterioso. Mais um tipo para a minha lista de tipos perfeitos, com a vantagem de vir agora, nesta epoca, uma que ja viu os erros e exageros passados, mas que ainda tem frescor.

Que ele continue me pedindo para esperar, e que ate se ofereca para me esperar.

Uma Turma

Uma escritora disse que fica confusa quando perguntada a qual meio pertence, pois acha que pertence a varios, e que pertencer a varios significa nao pertencer a grupo algum. Ou entao pertence, ao grupo dos que nao pertencem.

Ja pertenceu a algum? Eu a varios: dos sem-grana populares, dos timidos, dos gays, dos baladeiros, dos bebedeiros heteros, dos que me aceitavam, dos que eu aceitava. Dos estudiosos e dos vagabundos. Dos notivagos, dos que comem, dos que fazem academia. Nao pertenci a nenhum deles, participei apenas. Os trago comigo, mas nao sou um deles.

Como sera SER realmente? Ter uma caracteristica clara, representar algo?

Ha dias sorrindo amarelo

Se voce me conhece e chegou aqui porque me conhece, e como eu devo te conhece ja sei que voce nao gosta de reclamacao, entao pare por aqui neste post, e num proximo em que eu esteja de bem comigo, te convido, ok?
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Bom, vou usar isso como uma explicacao a mim mesmo, para que eu entenda o que os outros nao entendem, e assim nao me sinta obrigado a dar explicacoes sobre minha vida.
Uma dificuldade financeira, somada a um perfil nao-conformista, e que busca paixoes, eu sou um pouco assim na atualidade. O sofrimento vem pois a parte pratica da vida esta sempre emperrada, e quando por acaso ela se solta um pouco, os ganhos gastos com esse movimento acabam sendo direcionados erroneamente, a assuntos tao diversos, que nao alimentam o movimento para a frente.

O perfil nao conformista. Ele nao se conforma com amarras sociais, de aparencia, de costume, de pensamento. Em algumas fases isso e mais ou menos evidente, para mim, que acaba sentindo mais ou menos sua acao. E benefico, pois a falta deste conforto social me da conforto, me da prazer. Tenho percepcao clara de minha diferenciacao por conta deste aspecto. Sou incomum. E por ter consciencia, percebo o lado malefico, que simplesmente me afasta de pessoas e oportunidades. E como uma crenca cega em uma filosofia, religiao, algo assim. Tao incoerente, ter visao e ser cego.

Sobre a busca de paixoes, acho que essa esta em falta. Convivi com ela por anos, buscando amores imaginados, encontrando os objetos que combinavam com a busca, mas que sendo reais e humanos, quebravam com o perfil solicitado e estabelecido. E essas quebras faziam com que seus anseios tambem se quebrassem em relacao a mim. Mas como idealista, curtia a dor idealizada, enquanto eles procuravam novamente - e pelo que sei, sempre encontravam.
Busquei em sonhos profissionais tambem. Lugares que fossem especiais e que tivessem pessoas especiais. Na maioria das vezes nao existiram. Acontecia o encantamento nos primeiros dias, e depois eu descobria que eram simulacros do sistema corrente. O mesmo bolo, com o mesmo recheio, mas com coberturas variadas. Estes ja nao me convencem mais. E fazem falta, pois preenhiam muito bem, eu pensava, as minhas outras necessidades.
Depois vieram as viagens. Amo viajar, ainda. Mas tambem esperei mais do que as cidades, avioes e companhias poderiam dar. Talvez um dos pontos-chave desse vazio todo seja a espera por receber algo de alguem. O vazio vai comendo o que ganha, e nunca se satisfaz. Talvez criando algo meu, inicialmente so meu, mas que depois seja distribuido, o vazio perca o espaco para algo mais solido.

Acho que me expliquei um pouco. Minha ironia e displicencia tem motivos para existirem, e dentro de mim possuo mais direitos que os outros, pois e assim que sinto. Nao sinto como revolta nem como mau-humor, e nem mesmo como vitimizacao, como parece muito ser. Mas e algo que cansa, e que acaba sendo repetido, falado e externado, nao para buscar compreensao, pena ou facilidades, mas para buscar algum apoio real, alguma palavra de quem eu confio, que nao seja "vai passar", "pense diferente", "sorria", "veja os outros", "pare de reclamar", "voce nao faz nada para melhorar". Esta bem, ai ja e querer demais das pessoas, so o buraco e alimentado.

selfhablar-se de ti mesmo

As primeiras palavras de um blog sempre parecem as mais importantes, como as da primeira folha de um caderno novo no inicio de uma nova serie na escola. Eu sei porque ja tive blogs, e cadernos novos. Mas o que acontece e que somente quando alguem descobre uma postagem sua de 5 anos passados, e que a primeira postagem acaba sendo lida. Claro, se o leitor tenha realmente gostado do post que o levou ao seu blog. Portanto, como tinha de comecar de alguma maneira, comecei assim. Vamos aos posts.